terça-feira, 7 de julho de 2015

A FOFOCA


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Como algo tão detestável pode acontecer tão frequentemente?


Talvez a resposta seja: sutileza. Diz o sábio Salomão: "As palavras do mexeriqueiro são como doces bocados, penetram até o íntimo do homem" (Pv 18.8), ou seja, segundo a Bíblia, a fofoca é saborosa para quem a escuta. Na tradução desse mesmo versículo segundo a NVI, o termo comparativo é "apetitosos petiscos".

E tal comparação é perfeita: ouvir uma fofoca é tão irresistível quanto comer um quitute ou um docinho atraente. E por que a fofoca não é comparada a um pernil assado ou uma pratada de feijoada? Porque comida enche e, uma vez cheio, você não come mais. Mas a fofoca é servida em pequenas porções. A fofoca é o quibezinho do mal, o cajuzinho da discórdia, o chocolate BIS da intriga. E uma vez no seu interior a fofoca não enche, pelo contrário, abre seu apetite.

Portanto, ainda que não sejamos fofoqueiros, se somos 'consumidores de fofoca', somos co-autores do mal. E da mesma forma que o prazer de saborear um acepipe fica explícito, a satisfação com a fofoca ouvida também. E o fofoqueiro-quitandeiro se sentirá à vontade para nos oferecer um segundo bombozinho de trufa de jararaca.

O apóstolo Paulo faz duas vezes a mesma recomendação a Timóteo: "Evita as conversas vãs e os falatórios" (I Tm 6.20; II Tm 2.16). Os termos originais em grego para tais vocábulos são: bebelos e kenophania. "Bebelos" significa profano, irreligioso e ímpio; e é o mesmo termo para a palavra 'bibelôs' que são bugigangas ou enfeites supérfluos. Já 'kenophania' vem da junção dos termos 'kenos' (vazio) e 'phone' (som). Ou seja: conversa vazia e inútil, linguagem vã e estéril.

Por que fofocamos? - Certamente diremos que não gostamos de fofoca. Diremos mais: diremos que odiamos fofoca e fofoqueiros. Então, como uma raça tão odiada se perpetua e se multiplica tanto? Porque nós a alimentamos: "Sem lenha o fogo se apaga; não havendo fofoqueiro, cessa a contenda" (Pv 26.20)

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de condenar o outro - dizemos: "Não estou fofocando. É que não aprovo o que Fulano fez de errado."

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de bajular e fazer 'média' - Pois dizemos: "Só vou te contar isso porque sou muito seu amigo, sou de confiança..."

Não gostamos de fofocar, mas gostamos de autopromoção à custa da falha dos outros - Pois dizemos: "O Fulano fez... eu não faço"

Não gostamos de fofocar, mas gostamos que se compadeçam de nós - Pois dizemos: "Você imagina só o que o Fulano fez comigo?"

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de acirrar os ânimos - Pois dizemos: "Assim que souberem o que o Fulano fez, eu só quero é ver o circo pegar fogo!"

Não gostamos de fofoca, mas gostamos de chocar o próximo - Pois dizemos: "Você não imagina o que o Fulano disse de você..."

E por que afinal a fofoca é ruim? Por que não podemos noticiar o mal que o outro fez?

Em primeiro lugar, porque não nos compete julgar. Não temos conhecimento dos fatos e corremos o sério risco de divulgar algo que não ocorreu exatamente da forma como relatamos.

Em segundo lugar, a fofoca NUNCA EDIFICA. Nunca promove o bem estar de quem ouve. Você já viu alguém ouvir uma fofoca e bradar: Graças a Deus! Ouviu?

A fofoca revela intimidades, segredos e confidências e a Bíblia diz: "O que anda mexericando descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre" (Pv 11.13).

A fofoca é injusta. Expõe o outro sem que lhe seja dado o direito de se defender.

A fofoca promove separação e discórdia - "O que encobre a transgressão promove o amor, mas o que renova a questão separa os maiores amigos" (Pv 17.9)

O fim da fofoca é simples. Não existe autofofoca. O fofoqueiro precisa de alguém que lhe dê ouvidos. É extremamente difícil calar um fofoqueiro uma vez que ele iniciou a conversa. Então evite o fofoqueiro. Aprenda a identificá-lo:

Características do fofoqueiro

1. - quer se mostrar seu amigo (íntimo). Chega dando tapinhas nas costas e te pegando pelo braço - "Vem cá que tenho que te contar uma coisa..."

2. - quer se mostrar seu defensor, alertando-o - "Olha, só te conto porque quero o seu bem..."

3. - fala demasiadamente, o tempo todo, de tudo e de todos.

4. - toma conclusões precipitadas - Você nunca ouvirá um fofoqueiro dizer que é melhor apurar melhor os fatos. Pelo contrário, sua máxima é: "Eu já sabia. Eu sempre soube. Nunca me enganei com Fulano..."

5. - abre espaço para a crítica elogiando primeiro - "Não tenho nada contra o Fulano, mas..." ou "Gosto muito de Sicrano, só que..."

Diante do fofoqueiro, o antídoto é certo: elogie o 'fofocado', defenda-o e convide o fofoqueiro a orar por ele e a perdoá-lo. Pois é exatamente esse tratamento que recebemos de DEUS quando pecamos. Ele intercede por nós, nos defende e nos perdoa. Por isso que ninguém gosta de contar fofoca pra Ele.





AMOR CORRETO E AMOR INCORRETO






Dizem que a fé é amor, mas existem vários tipos de amor: amor correto, amor incorreto, amor amplo, amor limitado, etc. É por isso que os que possuem fé não podem deixar de ter um entendimento correto sobre o amor.


Em primeiro lugar, darei exemplos de amor correto. Nele se inclui o amor no lar – entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos, etc. – e o amor relativo às demais pessoas, tais como amigos, parentes ou conhecidos. Por mais que esse tipo de amor aumente, não há nenhuma censura a fazer. O problema é o amor incorreto.

Obviamente, o amor incorreto é o oposto do anterior: quebra a hamonia entre marido e mulher, esfria as relações entre pais, filhos e irmãos, causa desentendimentos entre amigos e parentes, distancia as relações, etc. Isso é muito freqüente na sociedade, sendo causado pelo amor incorreto, ou pelo amor escasso.

Essa é uma classificação genérica do amor correto e do amor incorreto. Entretanto, entre esses tipos de amor, o que talvez precisa ser mais analisado é o amor-paixão. Como já tive oportunidade de explicar, mesmo nesse tipo de amor existe o correto e o incorreto. Naturalmente, o amor de jovens puros, que objetivam o casamento, é um amor-paixão correto. Mas o amor-paixão muito freqüente na sociedade, motivado por um impulso momentâneo, fútil, isto é, amor intempestivo como uma febre tropical, é amor incorreto. Em suma, o amor-paixão não embasado na Inteligência Superior é amor incorreto. Se ele progride demais, invariavelmente gera situações trágicas. Isto porque, apesar de a pessoa ter esposo ou esposa, o amor-paixão é dirigido para terceiros. Existem pessoas que acabam caindo num destino catastrófico para o resto de seus dias e até perdem a vida por causa de um prazer de pouca duração. É por isso que devem acautelar-se ao máximo, pois não há nada que cause tão grandes prejuízos como esse tipo de amor-paixão.

Fiz uma crítica bem simples a respeito do bem e do mal no amor-paixão. Agora desejo explanar sobre a amplitude do amor. Como eu disse anteriormente, o amor entre familiares e o amor pelas coisas que nos rodeiam é amor de caráter “Shojo” (restrito), que pertence ao grupo do amor-próprio, sendo mais freqüente nas pessoas comuns. É inerente ao tipo comum das pessoas boas, existindo, também, nos agnósticos; quanto a estes, não tenho nada de especial a comentar, mas, em se tratando de verdadeiras pessoas de fé, é totalmente diferente. O amor dos que têm fé é “Daijo”, ou seja, altruísta. Este amor “Daijo” ampliado ao máximo é o amor à humanidade, é o amor ao mundo.

Devemos atentar para o fato de que os japoneses, até o fim da Segunda Guerra Mundial, não conheciam o verdadeiro amor “Daijo”. Para eles, a mais ampla e elevada forma de amor era o amor à pátria. Como todos sabem, seu maior objetivo consistia em dar a vida por ela, mas, como se tratava de amor “Shojo”, resultante da crença de que isso era o que havia de mais importante, causou a lamentável situação em que o Japão se encontra atualmente. Portanto, como o amor limitado a um povo ou a uma classe não é verdadeiro, mesmo que se prospere por um momento, inevitavelmente acaba-se fracassando. Conseqüentemente, como eu disse antes, por mais que as pessoas se esforcem com um objetivo limitado, afirmando pertencer a esta ou àquela ideologia, não há possibilidade de grande sucesso. Tratando-se de ideologia, só o cosmopolitismo é verdadeiro. Nesse sentido, para que a religião seja aceita como a verdadeira salvação, ela também deve ser de caráter universal. É por esse motivo que a nossa Igreja teve seu nome completado com a palavra Mundial.


18 de outubro de 1950



Retirado do livro "Alicerce do Paraíso".