sexta-feira, 31 de julho de 2015

BOM SENSO


Para que a Fé seja autêntica, ela deve ser professada sem ferir o bom senso. Palavras e atos excêntricos devem ser vistos com desconfiança; entretanto, as pessoas geralmente dão muito crédito a tais coisas.

É preciso muita cautela. Religiões egocêntricas, fechadas, que não mantêm relações com outras e que se isolam socialmente, também não são dignas de confiança. A Fé é verdadeira quando não prejudica a lucidez e, ao mesmo tempo, desenvolve a consciência de que sua missão é salvar a humanidade. Jamais pode ser egoística ou fechada em si mesma. O Japão é exemplo típico do que aqui se condena: sofreu amarga derrota na Segunda Guerra Mundial porque visava apenas o seu próprio bem, ficando indiferente à sorte dos países vizinhos.

A formação de homens perfeitos é um dos propósitos da Fé. Evidentemente, não se pode exigir a perfeição do mundo, mas o esforço para consegui-la passo a passo deve ser a verdadeira atitude religiosa.

A consolidação da Fé faz com que a pessoa assuma uma aparência comum. Isto significa que ela se identificou plenamente com a Fé. Chega a tal ponto, que seus atos ou palavras jamais ferem o bom senso. Sempre inspira simpatia, sem dar indícios da religião a que pertence. No seu contato com os outros, assemelha-se à suave brisa da primavera. Suas maneiras são afáveis, modestas e gentis. Deseja crescente bem ao próximo e trabalha em favor do bem-estar da comunidade.

Sempre afirmei e continuo afirmando: quem deseja ser feliz, deve primeiramente tornar feliz seus semelhantes, pois a Divina recompensa que disto provém, será a Verdadeira Felicidade. Buscar a própria felicidade com o sacrifício alheio, é criar infelicidade para si mesmo.

Meishu-Sama em 25 de janeiro de 1949
Extraido do Livro: Alicerce do Paraíso v. 3

EXEMPLO DE TER OCASIONADO PROBLEMAS PELO FATO DE TRANSMITIR DE FORMA ERRÔNEA OS ENSINAMENTOS DE MEISHU-SAMA



MEISHU-SAMA: Antes eu não comia maçã, por isso, um membro me perguntou: "Grão-Mestre, (naquele tempo me chamavam de Grão-Mestre), por que o senhor não come maçã?"

Respondi: "A maçã não tem muito suco e, por isso, não gosto e não como. Portanto, quem quiser, pode comê-la, mas eu não como."

Esse membro sempre me trazia maçãs, logo, deixei-o avisado. E disse-lhe também o seguinte: "Na medicina, dizem freqüentemente que a maçã serve como remédio, mas não há fruta alguma em especial que sirva de remédio. Deus a fez porque era necessária; portanto, quem gosta, pode comer; pois a maçã não se transforma em remédio."

Não sei como foi que houve o equívoco, mas aconteceu o seguinte: andaram afirmando que "Meishu-Sama havia dito que maçã não era bom", e isso se espalhou. Cada vez que eu ouvia tal coisa, desmentia, mas como a força da propagação foi muito grande, a negação não surtia efeito.

Para completar, recentemente, ouvi algo engraçado que ocorreu no interior. As pessoas diziam que, de acordo com a medicina, a maçã serve de remédio, portanto, se a comessem, a sua toxina faria mal. Por isso, mesmo que elas ganhassem maçãs, não as comiam, deixando-as apodrecer. Indagadas sobre esse procedimento, disseram que tinham medo do veneno da toxina. Realmente, têm acontecido coisas cômicas.

Por isso, é melhor interpretar fielmente aquilo que digo e escrevo. Entretanto, ao passar de boca em boca, acrescentam-se novas informações e, aos poucos, acaba tornando-se algo absurdo.

Portanto, por causa desses fatos que parecem ridículos, geralmente, surgem equívocos além da imaginação; assim, tudo deve ser baseado no senso comum.

Deus disse ao homem para comer coisas gostosas, que têm sabor; porque este se transforma em nutriente, e que não se devem comer coisas amargas e de gosto ruim. É para isso que o sabor existe; logo, é errado comer forçado.

Tudo isso está escrito no livro; não incidirão em erro se acatarem tal como está escrito, sem interpretações.

Sendo assim, não se esquecendo de que tudo deve ser natural e mantendo bom senso ao tomar decisões, praticamente, não cometerão enganos.

Mioshie-shu No. 13 (27/08/1952)