quinta-feira, 16 de julho de 2015

A RELIGIÃO PRECISA SER UNIVERSAL




Não adianta uma religião ter todas as condições; se não tiver base universal, não será uma religião verdadeira. Caso ela se restrinja a uma nação ou povo, ocorrerá aquilo que vemos no mundo atual: surgirão motivos para conflitos. Cada qual se orgulhará da superioridade da sua religião e rebaixará as outras, acabando por haver atritos. Pode acontecer, também, que as religiões sejam utilizadas na política governamental. A exploração exagerada do xintoísmo pelo exército japonês, durante a Segunda Guerra Mundial, e as Cruzadas da Europa exemplificam o que estamos dizendo.
Os exemplos não são poucos, e a causa está no fato de que as religiões se restringiam a determinados povos. Mas não havia outro recurso, pois, naquela época em que a civilização ainda estava engatinhando, não existiam os rápidos meios de transporte que existem atualmente, e as relações internacionais estavam limitadas a pequenas áreas. Hoje, tudo se tornou mundial e internacional, e as religiões também deveriam seguir esse caminho. É por isso que passamos a chamar nossa Igreja de Igreja Messiânica Mundial, e não mais de Igreja Japonesa, como antes.


11 de fevereiro de 1950


Alicerce do Paraíso. Vol.2

A RELIGIÃO E O UNIVERSALISMO - A VERDADEIRA RELIGIÃO




A verdadeira religião deve fundamentar-se no universalismo. Não será verdadeira se for limitada a um país, povo ou classe, porque tal limitação provoca disputa de poderes, o que contraria a própria essência das religiões, cuja missão é eliminar conflitos e promover a paz. Qualquer hostilidade significa afastar-se do objetivo da Religião. Por isso, é estranho que a História registre tantas lutas religiosas.
Chamamos “Shojo” a religião limitada, e “Daijo”, a de objetivos universais. Logo se vê que só esta última pode ser considerada verdadeira.


5 de novembro de 1949
Alicerce do Paraíso. Vol.2

RELIGIÃO À LUZ DA VERDADE (RELIGIÃO “DAIJO”)




Embora se saiba que existe a classificação “Daijo” e “Shojo” referente às religiões – classificação usada principalmente no budismo – até nossos dias ainda não foi divulgada uma explicação radical sobre o assunto. Procurarei expor o meu ponto de vista.
Resumindo, “Daijo” significa Natureza e refere-se às atividades de criação e desenvolvimento de todas as coisas existentes no Universo. Portanto, “Daijo” abrange tudo, nada lhe escapa. De acordo com este sentido, falarei não sobre o “Daijo” búdico, mas sobre o “Daijo” universal. Isto é, não somente Religião, Filosofia, Ciência, Política, Educação, Economia e Arte, mas também a guerra e a paz, o bem e o mal.
Podemos observar uma ordem natural nas atividades de todo o Universo. Considera-se realmente homem o indivíduo que reconhece a obediência à ordem como fator natural do progresso. Por essa razão, o desvio da ordem acarreta, infalivelmente, obstáculos, estacionamento ou destruição. A obediência ou a desobediência à ordem constrói ou destrói, e a realidade mostra que no mundo sempre tem ocorrido construção e destruição. As religiões podem servir como exemplo. Embora os homens as condenem, tachando-as de supersticiosas ou heréticas, elas progredirão se forem necessárias à humanidade; caso contrário, submeter-se-ão à seleção natural. Devemos confiar até certo ponto na ação da Natureza. Se as religiões tiverem realmente vida e valor, a perseguição humana contribuirá para o seu progresso. Temos um exemplo vivo no cristianismo. Quem objetará contra a sua predominância atualmente, apesar da crucificação do seu fundador?
O homem moderno possui uma visão demasiadamente estreita e curta, cujo erro, creio eu, deve ser analisado seriamente.

25 de outubro de 1949
Alicerce do Paraíso. Vol.2

MISSÃO DA RELIGIÃO - RELIGIÃO PROGRESSISTA

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Observando atentamente a sociedade atual, constato que tudo progride rapidamente; não há nada que não esteja acompanhando esse progresso. Entretanto, por incrível que pareça, a Religião, entidade que tem a mais profunda relação com a humanidade, continua da mesma forma, não apresentando nenhum progresso. Pelo contrário. Como prova, as religiões tradicionais nos ensinam a voltar ao início, ao ponto de partida dos seus fundadores. Ora, se devemos voltar à origem, é porque saímos do caminho certo; caso o fato se repita várias vezes, não progrediremos nada, ficando em total desacordo com a cultura. Tais religiões nos mostram isso claramente na medida em que perdem o poder de atrair pessoas e teimam em permanecer na situação em que se encontram.
De fato, todas as religiões que existem, sofreram perseguições e pressões na época de sua fundação. Podemos mesmo dizer que esse é o destino de toda religião nova. Apesar disso, com fôlego renovado, expandiram-se vigorosamente, passando por épocas maravilhosas. A verdade, porém, é que, com o tempo, a maioria das religiões tende a estacionar. Vamos analisar por que isso acontece.
Sem dúvida alguma, as religiões entram em decadência por não acompanharem a marcha do tempo. Quando cumprem rigorosamente os ensinamentos do seu fundador, considerando-os como as mais sublimes e importantes determinações, mas não dão atenção a outros fatores, tornam-se anacrônicas. Como a brecha vai ficando cada vez maior, passam a ser acusadas de incapazes, conforme está ocorrendo atualmente.
Se todas as coisas estão sujeitas à Lei de Causa e Efeito, faz-se absolutamente imprescindível que as religiões tradicionais reflitam muito sobre o assunto, pois não há motivos para elas continuarem eternamente transcendentais. Um dos princípios básicos de nossa religião é que tudo deve progredir e acompanhar o tempo. Essa é a razão pela qual não damos atenção às formalidades das religiões tradicionais, dispensando o tempo e os gastos que elas requerem. Na realidade, as formalidades não trazem benefício algum. Assim, não há motivo para as divindades ficarem contentes com elas.
Em face do que dissemos, a missão da verdadeira religião é dar orientações no sentido de melhorar, cada vez mais, a vida do homem atual. Resumindo, só uma religião progressista poderá realmente salvar a humanidade.
5 de novembro de 1950
Alicerce do Paraíso. Vol.2

MISSÃO DA RELIGIÃO - PAZ E SEGURANÇA




As pessoas acham que as expressões “paz” e “segurança” limitam-se apenas ao espírito, mas esse modo de pensar constitui um grande erro, uma vez que, para obtermos a verdadeira paz e segurança, não podemos excluir a matéria. Pensem bem: se houver uma que seja das três grandes desgraças – doença, pobreza e conflito – onde estará a paz? Quando as pessoas estiverem certas de que, durante toda a sua vida, não terão preocupações com doenças, não ficarão pobres, nem haverá possibilidade de se envolverem em conflitos, aí sim, elas terão a verdadeira paz e segurança. Entretanto, no mundo contemporâneo, possuir essas três condições ao mesmo tempo não passa de utopia. Diríamos que provavelmente não existe uma pessoa sequer, no mundo inteiro, que possa afirmar possuí-las.
Observando este mundo, logo percebemos que nada ocorre conforme desejamos; as coisas más acontecem incessantemente, e as boas, só de vez em quando. O mundo em que vivemos é a própria imagem do inferno.
No que se refere à saúde, por exemplo, não sabemos quando vamos ficar doentes. Um simples resfriado pode acabar logo, como também perdurar e gerar uma doença terrível. Portanto, não podemos estar despreocupados, pensando que um resfriado não é nada. Como diz a Medicina, os vírus estão em toda parte, e por isso é impossível saber quando vamos contrair uma doença contagiosa ou a que hora um bacilo vai nos atacar. Conseqüentemente, as autoridades são muito exigentes em matéria de higiene, aconselhando-nos a conservar a limpeza, não comer nem beber em demasia, fazer gargarejo ao voltar da rua, lavar as mãos antes das refeições, tomar cuidado com os alimentos e outras medidas semelhantes. São tantas as advertências, que até ficamos saturados. Levar tudo isso em consideração é o mesmo que viver sob a constante ameaça de todos os tipos de perigos.
Quanto à pobreza e aos conflitos, na maior parte dos casos provêm de problemas financeiros, que se originam do desequilíbrio entre o espírito e a matéria. Assim, é óbvio que, se não conservarmos o espírito e o corpo sadios, jamais conseguiremos a tranqüilidade absoluta. Talvez as pessoas achem impossível consegui-la; contudo, se pudermos realmente obtê-la, não será uma maravilhosa Graça do Céu? Eu afirmo, sem qualquer sombra de dúvida, que é possível alcançar essa Graça.

10 de dezembro de 1952

Alicerce do Paraíso. vol.2

MISSÃO DA RELIGIÃO EXCLUSÃO DO TEMOR



Conforme venho repetindo, o objetivo de nossa Igreja é a salvação da humanidade. Em poucas palavras, significa eliminar toda espécie de temor da sociedade humana.
Evidentemente, os maiores temores do homem vêm a ser o da doença, o da pobreza e o dos conflitos. Dentre os três, o pior, indiscutivelmente, é o temor da doença; nada tão ameaçador para o ser humano. Certamente, durante sua vida, ninguém consegue livrar-se dessa ameaça. Com o progresso da civilização, ao invés de diminuir, ela tende até a aumentar. O segundo temor é a pobreza, geralmente motivada pela própria doença.
Atualmente, julga-se que quase todas as doenças são causadas por vírus. A doença nunca foi tão temida como nos dias atuais, motivo pelo qual estão se tomando as medidas consideradas adequadas, tais como atestados de saúde, vacinação e radiografias, entre outras. Todas as organizações criadas para evitar as doenças, ou seja, centros de saúde, hospitais públicos e particulares, etc., dispõem de muitos recursos, e é realmente grande o sacrifício do povo para sustentar as incalculáveis despesas e o trabalho dispendido.
A vultosa quantia empregada no tratamento de uma doença e o prejuízo sofrido com a impossibilidade de trabalhar, principalmente quando o enfermo é o chefe da casa, acarretam as maiores dificuldades econômicas para os seus familiares. Isso constitui uma das principais causas do surpreendente aumento de crimes que vêm sendo cometidos após a guerra. Naturalmente esse fato não deixa de ser conseqüência da guerra, cujos danos são passageiros; a doença, no entanto, assume maior gravidade, por ser permanente.
A agitação por que a humanidade passa, atualmente, revela a intensidade do seu temor à guerra. Isto porque as relações entre os países tendem a se agravar. Até hoje, o homem viveu num mundo de sofrimentos ininterruptos. Entretanto, como a existência de Deus é uma realidade, Seu incomensurável amor não permitirá que a humanidade permaneça por longo tempo nessa condição. Indubitavelmente, esta época de agonia terá um fim, para dar lugar ao magnífico Paraíso Terrestre. Estamos absolutamente convictos disso e, imbuídos de tal convicção, prosseguimos com fé inabalável. Que outro sentido poderia ter a profecia de Jesus sobre o advento do Reino dos Céus a não ser a predição desse acontecimento? Por essa razão, estou convencido de que a verdadeira missão da Religião é eliminar os três grandes temores aqui citados.

7 de janeiro de 1950
Alicerce do Paraíso. Vol.2