segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A PANDORGA (papagaio, pipa) EMITIU LUZ

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Um dia, depois de ministrar Johrei, como era de sua rotina, Meishu Sama saiu para o jardim. Ali empinou uma grande pandorga, que tinha uma gravura pintada de Dharma.

Eu costumava estar no jardim a esse tempo, e observei a pandorga flutuando no céu. Que esplêndida, imponente visão era aquela! De repente, percebi que o grande papagaio emitia uma luz de cor carmesins em seu redor. Vista de baixo, a luz parecia ter cerca de seis pés de amplidão. A pandorga cintilava com tal intensidade de brilho faiscante que parecia estar voando em todas as direções.

Eu estava cheio de admiração a essa majestosa visão e chamei para fora todos os que estavam no interior da casa para virem ver também a maravilha. Todos saíram e olharam, enchendo-se de pasmo e reverência também.

Depois de um curto momento, Meishu Sama disse a sua filha: "Itsuki-chan (*), segure isto por um instante para mim". Passando o fio da pandorga a ela, entrou na casa.

No momento em que o fio passou da mão de Meishu Sama para a de sua filha, a luz que circundava o papagaio desapareceu. Quando ele voltou, e retomou o cordel, a luz cintilou rápida e intensa, exatamente como havia acontecido antes.

Eu estava tão profundamente impressionado com essa visão que não pude deixar de perguntar-lhe o que significava.

Ele respondeu: " nada há de estranho nisso. A Luz Divina que emana do meu ser interior passa à pandorga através do cordel. Desde que não tenha outro lugar para ir, irradia da própria pandorga".

Ele explicou tudo tão simplesmente como se não houvesse no caso maior importância, mas nós os restantes estávamos tão impressionados que fomos movidos até as lagrimas.

A Luz sempre emanava do corpo de Meishu Sama, mas por alguma razão divina usualmente ela estava encoberta da vista pública. Naquele dia, entretanto, todos os que estavam presentes tiveram o privilégio de ver essa maravilhosa Luz.

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(*) Itsuki-chan: filha de Meishu Sama, quem mais tarde veio a ser a "Terceira Líder da Igreja (Kyoshu Sama, Sandai Sama)".

NOVO CONCEITO DE AMOR À PÁTRIA

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O amor à pátria parece ser comum a todos os povos. Talvez não exista um só país que não o adote como regra de ouro e máxima do civismo. No Japão também, até o fim da guerra, um forte sentimento de amor à pátria tomava conta de toda a população. Uma das causas, naturalmente, era o regime imperialista, em que o Imperador era o símbolo do povo, adorado como encarnação de Deus. O fato está nitidamente gravado em nossa memória.

É óbvio que o respeito e a crença na eternidade da família imperial criaram esse sentimento no povo e que certo grupo de ambiciosos e de governantes exerceu enorme influência sobre o ensino e a propaganda, fazendo com que tudo saísse a seu favor. Como resultado, construiu-se uma nação singular, como jamais se viu outra igual. Considerando-se um país Divino, o Japão acabou caindo na auto-satisfação, fez-se de "filhinho mimado", sem ao menos ser tão rico assim. Habilmente, os escolásticos insuflaram esse complexo de superioridade em termos lógicos e históricos, o que foi desastroso.

Assim, o sentimento de lealdade e patriotismo assolou o país inteiro, e o povo acabou por achar muito normal fazer qualquer coisa em prol da nação e do Imperador, até mesmo sacrificar a própria vida. Isto era considerado o mais elevado ato moral.

Com a perda da guerra, o orgulho dos japoneses voou longe e, ao contrário, até nasceu neles um sentimento de inferioridade. Nessa ocasião, houve uma declaração do Imperador que deixou o povo perplexo: "Eu não sou Deus, sou um homem". Nasceu, então, a nova Constituição, que dizia estar o poder político nas mãos do povo.

Dessa forma, o Japão se tornou uma nação democrática. Foi realmente um acontecimento inédito desde o começo de sua existência histórica. Além disso, a mudança de posição do Imperador, que antes se colocava em posição Divina, determinou que, à exceção dos intelectuais, o futuro da grande massa popular, já sem razão de existência, ficasse totalmente obscuro. E todos sabem que o povo acabou por perder o rumo, situação que continua até os dias de hoje.

A propósito, houve um fato muito engraçado. Logo após o término da guerra, todas as pessoas que se encontravam comigo diziam, com expressão desapontada: "O `vento Divino' acabou não soprando, não é?" Então eu respondia: "Não digam tolices. O `vento Divino' soprou, mas vocês o estavam interpretando erradamente. Em verdade, a Vontade de Deus é ajudar o bem e castigar o mal. Já que o Japão é que estava errado, é natural que tenha perdido a guerra. Portanto, ao invés de nos lamentarmos, deveríamos agradecer e até comemorar.

Como não podemos fazer isso, temos de ficar quietos, mas virá o dia em que todos compreenderão a verdade". Ouvindo isso, as pessoas diziam: "Entendi perfeitamente", e voltavam alegres para suas casas.

Através desse fato, podemos ver que os japoneses deixavam em segundo plano o que é bom e o que é mau, quando se tratava de assuntos relativos à nação. Pensando apenas no seu próprio bem, chegaram até a estabelecer e propagar o "slogan" "Hakko iti u" (o mundo sob a égide do Japão) e a julgar que, se o seu país estivesse bem, pouco importavam os outros países. Isso foi considerado lealdade e patriotismo, e assim os japoneses vieram avançando como cavalos refreados a cabresto. Desde essa época, portanto, estava sendo plantada a semente terrível da catástrofe.

Quando pensamos em tudo isso, compreendemos que o amor à pátria deve estar de acordo com a época. Além do mais, se não for com base no conceito do bem e do mal, do certo e do errado, é impossível formar um plano a longo prazo, em termos nacionais.

Sendo assim, vou mostrar o sentimento de amor à pátria que está de acordo com a era vindoura.

Em termos mais claros, o fundamental é tornar "Daijo" o pensamento do Japão, que até então era "Shojo". Sintetizando: criar o amor internacional, o amor humanitário, isto é, amar o mundo por amar o Japão. Atualmente, tudo está se tornando universal e internacional, e as aspirações independentes e transcendentais já se tornaram sonho do passado. Conseqüentemente, em termos concretos, o amor à pátria, daqui para frente, deve consistir, antes de mais nada, em tornar segura a vida de nossos irmãos - noventa milhões de pessoas - e fazer do Japão uma nação justa, baseada na moral, merecedora do respeito do mundo inteiro. A propósito, existe o problema do rearmamento, que está em ativa discussão. As teses favoráveis e contrárias acham-se em confronto há algum tempo e não se obtém nenhuma solução. Entretanto, acho que não é um problema tão difícil assim. Encarando-o como um problema real, logo compreenderemos a solução adequada, ou seja, abandonar o rearmamento se houver garantia de que não há absolutamente nenhum país que possa invadir o Japão; caso contrário, fazer uma defesa de acordo com a capacidade do país.

Meishu-Sama, 03 de dezembro de 1952