sexta-feira, 17 de julho de 2015

O QUE É UMA RELIGIÃO NOVA



Atualmente, em vários setores sociais, fala-se sobre o tema Religião Nova, sendo ele também abordado, com muita seriedade, em jornais e revistas. Isso é bastante animador. Observamos, entretanto, que esses órgãos de comunicação consideram nova uma religião apenas porque ela surgiu recentemente, sem se interessar pelo seu conteúdo. E é muito triste constatar que até mesmo as pessoas que fazem parte de tais religiões pensem assim.
A propósito, devo dizer que não tem sentido uma religião apresentar-se com o nome de nova e seu conteúdo não corresponder a essa designação. Se a religião apenas mudar ou acrescentar, de acordo com o entendimento do seu fundador, algumas interpretações ou sentidos às palavras que há muito tempo vêm sendo ditas em livros ou ensinamentos muito conhecidos, revelados pelo fundador de uma religião antiga, não se poderá dizer que ela é uma religião nova. Aliás, conservando as mesmas formas e construções e chegando ao ponto de aconselhar a volta aos ensinamentos desse fundador, ela se distancia cada vez mais da época atual. É impressionante haver quem não ache estranho esse procedimento. Se tivermos de lidar com pessoas inteligentes, de nível cultural elevado, principalmente entre a camada jovem, certamente elas não aceitarão uma doutrina cheirando a mofo. Assim, podemos dizer que, atualmente, a maioria dos seguidores das religiões tradicionais são arrastados apenas pelas tradições e costumes.

Quanto às religiões novas, seus adeptos ingressam nelas à procura de algo novo; parece, todavia, que os crentes verdadeiramente firmes são muito poucos. Por conseguinte, para fazermos com que o homem da atualidade creia sinceramente, é preciso oferecer-lhe uma teoria baseada na razão e acompanhada de insofismáveis Graças Divinas; caso contrário, de nada adiantará tentar convencê-lo. Diante de tudo isso, 

é muito natural ser efêmera a fé daqueles que seguem uma religião apenas como seguem a moda.
Não quero dizer que o homem contemporâneo seja destituído de sentimentos religiosos, mas, observando a realidade que nos cerca, constatamos que não existem muitas religiões nas quais possamos crer. Se houvesse alguma, quase todos, indubitavelmente, a procurariam; não a encontrando, as pessoas tornam-se descrentes, por não terem outra alternativa. Uma vez que a Ciência é mais compreensível, pelo fato de ser concreta e satisfazer os desejos humanos, essas pessoas apóiam-se nela naturalmente. Por isso eu acho que não podemos censurar os descrentes.
Analisemos a questão:
Como, inúmeras vezes, nem a Ciência, na qual têm tanta confiança, nem a própria Religião conseguem resolver-lhes os problemas, as criaturas ficam num dilema. Entre os intelectuais, alguns, não podendo prever os acontecimentos futuros, passam a duvidar; outros, sentindo-se fartos da vida, perdem o gosto de viver ou vivem apenas para o momento presente; outros, ainda, em melhores condições financeiras, procuram mais divertimentos. Além disso, a crença de que não mais aparecerá um líder na história religiosa também contribui para o desespero das pessoas. Algumas estão quase desistindo, quase desligadas da realidade, pesquisando doutrinas ultrapassadas. Essa é a realidade da época em que vivemos.
O pensamento do mundo atual está totalmente confuso, não se encontrando uma saída. Contudo, em meio desta confusão, repentinamente surgiu a Igreja Messiânica Mundial, que, com muita coragem, pretende alertar todos os setores da cultura tradicional, apontar um por um de seus erros e mostrar como deve ser a verdadeira civilização. Como essa grande força de atuação já está sendo manifestada continuamente, podemos afirmar, sem nenhuma parcialidade, que ela é o assombro do século XX. Tal afirmação fundamenta-se naquilo que sempre digo: o mundo, até agora, estava na Era da Noite, iluminado unicamente pela fraca luz da Lua, mas surgiu a luz do Sol, e todas as coisas desnecessárias e prejudiciais que estavam encobertas começaram a aparecer abertamente. Eis o significado da expressão “Luz do Oriente”, usada pelos antigos. Atualmente, estamos atravessando a fase da aurora; com o passar do tempo, o Sol se levantará até o centro do Céu e iluminará o mundo inteiro. Por esse motivo, as teorias que venho divulgando, desconhecidas por todos até o momento, causam espanto e até muitos mal-entendidos.
Como o mundo esteve durante longo tempo na Era da Noite, não é de se admirar que os olhos tenham se acostumado à escuridão e fiquem ofuscados ante a repentina revelação da Cultura do Dia. Existe, no entanto, um problema: uma vez chegado o Mundo do Dia, Deus aproveitará da Cultura da Noite apenas as coisas úteis, não havendo outro recurso senão eliminar as inúteis. Além do mais, sendo a luz do Sol sessenta vezes mais clara do que o luar, até as doenças não identificadas ou consideradas incuráveis serão facilmente solucionadas. Os fatos reais evidenciados diariamente através do Johrei de nossa Igreja mostram isso muito nitidamente. Falando com mais clareza, assim como a Lua perde seu brilho ante o esplendor do Sol, também a civilização sofrerá uma grande transformação.
Com o que acabo de dizer, creio que poderão entender a grandiosidade dos empreendimentos da Igreja Messiânica Mundial.

8 de abril de 1953

Alicerce do Paraíso. Vol.2

TIPOS DE RELIGIÃO - RELIGIÃO ANTIGA E RELIGIÃO MODERNA




Embora simples, os princípios religiosos utilizados por mim na obra salvadora que venho empreendendo, diferem grandemente dos princípios religiosos existentes até hoje.

Os antigos fundadores ou pregadores de religiões adotavam a frugalidade na alimentação, vestiam-se sumariamente e levavam uma vida simples. Para se aperfeiçoarem, faziam penitências, permanecendo isolados em montanhas quase inacessíveis, debaixo de cascatas (ato considerado purificador), lendo os livros sagrados dia após dia.

Dessa maneira, entre Verdade, Bem e Belo, este último era negligenciado. Poucos religiosos se interessavam pelas artes. O milagre era vagamente conhecido; entretanto, eles tinham especial consideração pelos princípios dos livros búdicos, apreciavam as formalidades e as celebrações religiosas e procuravam salvar a humanidade unicamente com a pregação.

Essa análise limita-se ao budismo. Tomei-o como exemplo porque o xintoísmo e o cristianismo são religiões modernas. Deixo de fazer referência ao antigo xintoísmo, anterior à introdução do budismo, porque quase não consta da História nem da tradição.

O trabalho que estou realizando, é bem diferente do que era feito pelos antigos. Em primeiro lugar porque, objetivando o mundo isento de doença, pobreza e conflito, proclamei, audaciosamente, a construção do Paraíso Terrestre, o que já é suficiente para evidenciar a grande diferença entre a Igreja Messiânica Mundial e as demais religiões.

Como primeira meta para atingir o nosso objetivo, estamos libertando o homem do seu maior inimigo – a doença – e os resultados são cada vez mais evidentes e indiscutíveis. A condição fundamental para a concretização do Paraíso Terrestre, é ser saudável de corpo e alma, o que, por sua vez, elimina a pobreza e o conflito. Os fiéis da nossa Igreja estão trabalhando dia e noite, unidos por esse princípio. Assim, a construção do Paraíso Terrestre, longe de ser um mero ideal, é uma realidade que está apresentando surpreendentes resultados.

Projetamos o protótipo do Paraíso Terrestre escolhendo locais maravilhosos, em Atami e Hakone, onde estão sendo edificados magníficos edifícios e jardins. Com a conclusão dessas obras, pretendo mostrar ao mundo a sublimidade e formosura do Supremo Céu. O Paraíso Terrestre pode ser considerado, essencialmente, o Mundo da Arte, razão por que a nossa Igreja confere às manifestações artísticas uma atenção toda especial.

Paralelamente à marcha do Plano Divino, pretendo publicar projetos mais recentes, elaborados sob a Orientação de Deus, os quais abrangem Política, Economia, Educação, etc. Através deles, os leitores poderão reconhecer a magnitude dos objetivos da Igreja Messiânica Mundial.




9 de julho de 1949

Alicerce do Paraíso. Vol.2

TIPOS DE RELIGIÃO - PRÁTICAS ASCÉTICAS





Desde a antigüidade, a fé e as práticas ascéticas são vistas pelo povo como se tivessem íntima relação entre si.
As práticas ascéticas tiveram origem no bramanismo, que predominava na metade da antiga Índia, antes do nascimento de Sakyamuni (Buda). A pintura e a escultura “Arhat” revelam a crueldade dessas práticas. Por exemplo: os praticantes suspendiam algo só com um braço, sentavam-se entre a bifurcação de dois galhos, ou chegavam ao cúmulo de praticar o “Zazen” (meditação profunda, com as pernas cruzadas) sentados numa tábua cheia de pregos. Houve religiosos que se mantiveram anos seguidos na mesma posição. Eles acreditavam que, perseverando em tais sofrimentos, conseguiriam atingir a Iluminação, ou melhor, sentir-se-iam iluminados.
É muito famoso o martírio de Dharma, o qual abraçou a Verdade no momento em que se sentiu profundamente iluminado pelo luar, que ele estava contemplando numa noite de prática ascética. Segundo a tradição, Dharma não tem pernas porque elas ficaram atrofiadas, deixando de funcionar durante os nove anos que ele passou sentado diante de uma parede, em estado de meditação.
Dizem que ainda há muitos ascetas brâmanes na Índia, os quais chegam a operar milagres. A meditação do falecido Rabindranath Tagore, nas profundezas de uma floresta, e o jejum praticado diversas vezes por Mahatma Gandhi devem ser práticas ascéticas brâmanes.
A ascese era amplamente praticada na época em que surgiu Sakyamuni. Não contendo sua compaixão por aqueles que se entregavam ao martírio da autotortura, ele pregou a possibilidade de qualquer pessoa tornar-se mais iluminada através da leitura das escrituras búdicas. Emocionado com a eminente virtude de Sakyamuni, o povo hindu fez dele objeto de adoração. Assim, pela lógica, os budistas que praticam a ascese estão contrariando as boas-novas de Sakyamuni.
Não posso concordar com os religiosos japoneses que ainda persistem nas práticas ascéticas brâmanes. Isto porque os fiéis da nossa Igreja abraçam a Verdade, seguem o Caminho e conseguem cumprir sua missão sem fazer prática ascética de espécie alguma.


25 de janeiro de 1949

Alicerce do Paraíso. Vol.2