O homem é a obra-prima da criação de Deus, não havendo nada que se lhe possa comparar. Segundo a Bíblia, ele foi feito à imagem de Deus, o que é uma verdade inegável. Sua estrutura mística é um mistério que jamais será desvendado pela Ciência. Quando muito, esta o conhece superficialmente ou em pequena parte; assim, é impossível afirmar se levará milhares de anos para desvendá-lo ou se nunca irá conseguir isso. Pensemos com calma. O funcionamento de vários órgãos do corpo, a sutileza da vontade-pensamento, a expressão dos estados de satisfação, ira, tristeza ou prazer, a extrema sensibilidade do tato a ponto de a pessoa sentir coceira quando é picada por uma pulga, a capacidade de exprimir todas as idéias através do código lingüístico e de distinguir o sabor dos alimentos, a misteriosa diferença na expressão fisionômica dos l,8 bilhões de habitantes do globo terrestre, cujos rostos, que não medem mais que um palmo, nunca são iguais, todos estes mistérios e maravilhas fazem-nos louvar o poder do Criador. Não há palavras principalmente para expressar a capacidade da procriação, da qual é dotado o homem, e o mistério que envolve o processo da formação de um ser humano. É óbvio, portanto, que a Ciência nunca poderá desvendar o mistério da vida, pois o homem não é criação sua, como os robôs.
Quando a pessoa adoece, logo se inicia, nela própria, uma grande atividade destinada a eliminar a doença. Dentro de seu organismo começa a ser fabricado o seu próprio remédio. É como se houvesse, no corpo humano, um grande laboratório farmacêutico e um professor em Medicina. Se o corpo é invadido pela impureza chamada doença, o médico que há no seu interior faz imediatamente o diagnóstico e ordena que o farmacêutico prepare o medicamento, iniciando logo o tratamento. Aparelhos e medicamentos, todos eles são ultra-eficazes, e a cura é maravilhosa. Se comemos algo nocivo, a farmácia existente dentro do corpo imediatamente produz um laxante para provocar a diarréia e eliminá-lo. Se entram no organismo bactérias nocivas, o tratamento asséptico baseado na febre entra em ação. Se ocorre uma intoxicação alimentar, produz-se uma reação na pele e, através de calor e coceira, procura-se neutralizá-la, a fim de que ela não atinja os órgãos internos. Dependendo da intoxicação, os rins entram em grande atividade, processando uma lavagem com líquido, o qual é eliminado na forma de urina. Quando se inspira uma grande quantidade de poeira, ela é eliminada na forma de escarros. E assim por diante. Realmente, o corpo humano é de uma infabilidade extraordinária.
Em geral, as doenças se curam naturalmente, à mercê da Natureza; entretanto, por desconhecimento deste princípio, as pessoas recorrem aos medicamentos e aos tratamentos através da Ciência, fazendo com que a doença se prolongue, pois são impostos sérios obstáculos ao processo de cura natural.
Mas será que com o tratamento natural a Medicina não perderá sua utilidade? Não é bem assim. Entre seus ramos, existem alguns que são muito úteis, como a bacteriologia, uma parte da higiene, a cirurgia no tempo de guerra, a odontologia, as clínicas de fraturas, etc.
1935
Retirado do livro ‘A Outra Face da Doença’.