sexta-feira, 24 de julho de 2015

CICLOS CÓSMICOS


O homem vive num ilimitado e misterioso mas ordenado Universo, que evolui e reevolui em ciclos. Um ciclo é um período de tempo durante o qual certos aspectos ou movimentos de corpos celestes se realizam e ao fim do qual irão ser repetidos em novo ciclo – um período de anos ou idades – no qual certos fenômenos ocorrem, os quais, por sua vez, se inter-relacionam com toda a vida. Há ciclos do dia e da noite. Existem também, os ciclos das idades.

As mudanças ocorrem em pequena, média e ampla escala. Ciclos menores ou maiores podem ocorrer a cada dez, mil, três mil, dez mil anos e assim por diante, repetindo-se continuamente dentro da eterna marcha do tempo. Na verdade, o Universo é infinitamente misterioso que o entendimento do homem atual ainda não pode compreendê-lo.

Após uma Era de aproximadamente três mil anos de relativa obscuridade, encontramo-nos agora no alvorecer de uma nova Era de Luz. A mutação é tão sem precedentes que se torna difícil a compreensão de sua integral importância. É mudança que nenhum de nossos antepassados teve o privilégio de experimentar. Como somos afortunados, nós, que vivemos neste período de tempo, por podermos entender ainda que parcialmente, a verdadeira significação desta mutação, adquirir os meios – através do Johrei – a fim de tornar esta transição mais fácil para cada um, e servir a Deus e à Humanidade.

 "Os Novos Tempos"

RESPEITO AOS SEMELHANTES



Os dedicantes ocasionalmente me dão sugestões sobre o que devo fazer. Sempre os ouço com atenção e, com freqüência, sigo os seus conselhos. Nunca faço discriminações contra ninguém, pois, muitas vezes, Deus revela a Sua vontade através de uma pessoa bem simples.
Mesmo sendo difícil transmitir em palavras, estou querendo dizer que os caminhos de Deus são bastante misteriosos e sutis; por isso, não convém refutar imediatamente o que as pessoas dizem. Também não é bom insistir no seu ponto de vista ou ainda censurá-las, conquanto se acredite ser mentira o que dizem. A melhor conduta, em qualquer das situações, consiste em permanecer imperturbável e com muita sinceridade no coração.

Um exemplo vai ilustrar bem a minha explicação: freqüentemente vêm a mim negociantes com imitações de obras de arte na esperança de enganar-me. Mesmo assim, os escuto com atenção, pois quase sempre encontro, misturado às suas tagarelices, algo útil e elevado.

Existe também o pensamento de um antigo filósofo chinês aconselhando a não subestimar as pessoas que nos falam. Na verdade, ele está aconselhando a ouvir com mente aberta e não descartar as idéias expressas por alguém antes de saber o que realmente querem dizer.

Não se deve, então, julgar pelas aparências. Muitas vezes, um simples camponês ou até mesmo um analfabeto nos transmitem lições valiosas. Não raro, também crianças dizem verdades extraordinárias e expressam idéias originais, pois falam de forma direta, sem rodeios. São, segundo Bergson , altamente intuitivas; por isso, muitas vezes, numa discussão entre mãe e filho, percebe-se que a verdade está do lado da criança.

Agindo, então, de acordo com o princípio do respeito ao semelhante, ninguém encontrará dificuldades de relacionamento. A mesma norma precisa ser observada em relação ao Johrei. Se a pessoa que o estiver recebendo for persuadida a não mais aceitá-lo, o ministrante deve respeitar essa deliberação sem interferir. Assim, estará demonstrando possuir certo grau de sabedoria.

Pode-se, contudo, deixar bem claro que, de acordo com os Ensinamentos, os remédios são anti-naturais e, por isso, se possível, seria melhor evitá-los. A decisão final, porém, pertence exclusivamente à própria pessoa, que tem inteira liberdade de escolha sobre qual maneira proceder.

Se, após todas as colocações sobre a perniciosidade dos medicamentos, confiar apenas no Johrei, entrou no caminho da felicidade. Caso siga outros métodos, que, com certeza, trarão resultados indesejáveis, não deve ser motivo de preocupação para o ministrante de Johrei. O que nunca se pode é forçar situações tentando convencer os outros.


Retirado do livro "Evangelho do Céu - Volume II".

SOU DEUS OU SER HUMANO?



Não existe pessoa tão singular quanto eu. Nos limites do que se conhece desde os tempos antigos, através das biografias de religiosos, sábios, grandes personagens etc., não há ninguém que se encaixe nos mesmos moldes. Com certeza, trata-se de um fato inédito desde o início do mundo. Eu próprio, quanto mais penso nisso, creio que tudo se resume numa palavra: mistério. Conseqüentemente, no futuro, quando se fizerem pesquisas sobre minha pessoa, inevitavelmente surgirão inúmeras críticas. Com esse pensamento, quero deixar retratada a minha imagem mais real.

O que julgo mais interessante, ao escrever sobre mim mesmo, é a minha própria personalidade. Os mistérios que me envolvem são tantos, que eu vou me analisar não só de acordo com o meu próprio ponto de vista, mas também de terceiros. Até as pessoas que têm contato comigo há mais de dez anos ainda não compreenderam realmente esses mistérios; nem mesmo minha esposa parece entender-me muito bem.

Naturalmente, sou religioso, mas não sou um fundador de religião como o foram Sakyamuni ou Jesus Cristo; tampouco sou um personagem sobrenatural. Em verdade, abranjo aspectos muito amplos.

Quando jovem, nunca atentei para esse fato; tinha apenas uma leve consciência de ser um pouco diferente das pessoas comuns. A principal diferença que eu encontrava em mim é que não sentia nenhuma inclinação para adorar qualquer pessoa, fosse ele um grande personagem histórico ou qualquer outra eminência. A verdade é que eu não julgava ninguém tão relevante a ponto de ser superior a mim. Não era pretensão nem presunção; era um sentimento que surgia naturalmente, e por isso muitas vezes cheguei até sentir solidão.

Outra de minhas características particulares é um forte sentimento de justiça e o dobro de ódio ao mal sentido pelas pessoas comuns. Eu sofria bastante para dominar o furor que sentia ao ler os jornais diários. Acreditava, então, que, para diminuir as injustiças que se me deparavam o melhor meio era fundar um jornal. Naquela época, uma pessoa só conseguiria abrir uma empresa jornalística se tivesse mais de um milhão de ienes, e eu tive de trabalhar bastante para obter essa quantia. Lamentavelmente, ao contrário do que esperava, acabei fracassando. No entanto, como esse fato se tornou um dos motivos que me levaram a seguir a vida religiosa, considero-o até positivo.

Foi assim que ocorreu o meu ingresso na Religião Omoto. Graças a essa religião, eu, que até então era completamente agnóstico, pude conscientizar-me profundamente da existência de Deus. Como me aconteciam surpreendentes milagres, uns após outros, é claro que meu sentimento mudou completamente, dando uma volta de cento e oitenta graus. A cada dia aumentava o número de milagres, até que finalmente recebi a revelação espiritual sobre a minha vida no passado, no presente e no futuro, além de ser investido de um poder sobre-humano e da grande missão de salvar a humanidade.

Um fenômeno que achei muito curioso, nessa época, é que uma força grandiosa me manejava livremente, fazendo com que, por meio de milagres, eu me encontrasse, pouco a pouco, com o Mundo de Deus. A minha alegria, nessas horas, era irrefreável. Era uma sensação indescritivelmente profunda, nítida e elevada. Além do mais, os milagres continuavam, acontecendo fatos interessantíssimos. Não sei quantas vezes cheguei a provar essas sensações num só dia. O maior de todos os milagres foi o que ocorreu em dezembro de 1925, último ano do reinado do imperador Taisho.

(Artigo não publicado, escrito em 1952).