terça-feira, 14 de julho de 2015

A CAUSA DOS ACIDENTES




Tem crescido, ultimamente, o número de acidentes, a começar pelos de trânsito, e esse número tende a aumentar a cada ano, apesar dos esforços das autoridades competentes. O que se deve fazer, então? No momento, como a verdadeira causa dos acidentes é totalmente desconhecida, só nos resta prestar redobrada atenção para evitá-los.


Segundo interpretamos, os acidentes são motivados por problemas de sistema nervoso do homem moderno. Em outras palavras, eles ocorrem quando o sistema nervoso de quem dirige não trabalha de forma adequada. O menor atraso no procedimento a ser tomado num instante de perigo - seja ele o espaço da décima parte do segundo - pode tornar-se causa direta de um acidente, e não há outro recurso senão remediá-lo.

Neste aspecto, eu fico impressionado com a falta de agilidade dos jovens atuais. Muitos são mais lentos do que eu, que estou completando setenta anos. Várias atividades minhas realizadas em tempo normal eles dizem que são executadas rapidamente. Qual é, portanto, a causa da lentidão de reflexos do homem moderno? É que ele recorre aos remédios por qualquer coisa, e, além do mais, as bebidas que ele bebe contêm vários ingredientes químicos, como os conservantes; até mesmo os produtos agrícolas, devido à utilização de adubos e inseticidas, estão carregados de venenos, os quais, com o decorrer do tempo, vão se acumulando e gerando toxinas no organismo das pessoas.

Assim, poderíamos dizer que o homem atual está praticamente mergulhado em remédios; acrescente-se que, como a vida se torna cada vez mais agitada e complexa, ele sobrecarrega o seu cérebro, onde as toxinas se concentram e se solidificam. Em contrapartida, ocorre uma ação purificadora, fraca mas ininterrupta; por isso, normalmente as pessoas sentem-se como que atordoadas, a cabeça pesada, quente e doendo constantemente. Justifica-se, portanto, dizer que hoje em dia não há quem tenha a cabeça leve. Essa é a causa não só de desastres mas também de homicídios, tão noticiados nos jornais da atualidade.


16 de julho de 1952



Retirado do livro A Outra Face da Doença

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