Antigamente, para se fazer uma boa espada, era necessário esquentar o aço até a incandescência, batê-lo com martelo, sobre uma bigorna, e, a seguir, colocá-lo na água. Repetia-se várias vezes essa operação, isto é, caldeava-se e batia-se o aço em brasa, mergulhando-o, depois, na água.
O interessante é que esse princípio também se aplica à vida humana. A divulgação da nossa Igreja, com o decorrer do tempo encontrou várias críticas e obstáculos, isto é, contratempos e ataques, para, em seguida, receber elogios e louvores. Experimentamos, portanto, do fogo escaldante ao mergulho na água fria.
Muitas vezes me perguntam: “Por que ocorrem fatos tão contrastantes?” Para essas perguntas eu dou como resposta o exemplo do caldeamento da espada, e as pessoas compreendem bem.
Desde os tempos mais remotos, quem executa uma obra fora do comum não só recebe louvores, mas também perseguições, oriundas do despeito. É nessa luta, porém, que reside o mérito de alcançarmos fortalecimento. É como a espada, que só adquire todas as qualidades graças à alternância do caldeamento e esfriamento e às fortes marteladas sobre a bigorna. Analisando sob o aspecto religioso, significa que Deus impõe maior sofrimento a quem tem maior missão, o que não deixa de ser motivo de alegria.
1949
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