É do conhecimento de todos que há religiões de caráter universal e outras de caráter restrito. As opiniões dos religiosos e filósofos a esse respeito são extremamente ambíguas e quase se acham desviadas da Verdade. Portanto, exponho o assunto, aqui, de maneira mais clara.
Primeiramente, precisamos conhecer a natureza de todas as religiões existentes no mundo. Elas diferem entre si, possuindo suas próprias formas e meios doutrinários, baseados nos princípios dos respectivos fundadores. Basta uma simples reflexão para sentirmos o absurdo da existência de seitas, com características próprias, dentro de religiões consideradas universais, como o budismo, o cristianismo e, no Japão, o xintoísmo.
Pensemos no que vem a ser a Religião. Se ela tem por princípio, como sabemos, o amor fraternal e o espírito de conciliação e paz, todas as religiões devem possuir um único objetivo. Não seria sensato, portanto, estabelecer unidade nos sistemas doutrinários? A separação influi na ideologia da humanidade, tornando-se uma das causas da confusão social. Como a força dos que estão ao lado da Religião, ou seja, do bem, é dispersada, os homens perdem, também, a resistência contra o poder do mal.
A realidade mostra freqüentemente a vitória do mal. No fim, Deus vencerá, por ser onipotente, mas imaginemos a luta que terá de ser travada pelo bem. Como o mal é prepotente e controla quase tudo, fica à espreita, aproveitando a menor oportunidade para influenciar-nos. Parece que as conhecidas relações entre Cristo e Satanás, e entre Buda e Daiba (Devadatta), não sofreram nenhuma modificação até a presente data.
Vemos, portanto, que a Religião precisa ter maior poder que o mal; do contrário, não conseguirá transformar este mundo num mundo feliz, onde triunfe o bem. Somente assim haverá unidade religiosa, dando lugar a um mundo de felicidade, isento de inquietações.
Será uma obra difícil, mas não impossível. Isso, porque está próximo o advento do Paraíso Terrestre, que é o objetivo de Deus. A condição básica para a sua concretização é substituir o espírito restrito pelo universal, ou melhor, desenvolver uma superatividade cultural que abranja todos os setores: Religião, Ciência, Política, Economia, Arte, etc. É também necessário que, para desempenhar a função de liderança, apareça um gigante com poder e sabedoria sobre-humanos.
6 de janeiro de 1954
Alicerce do Paraíso.Vol.2
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