Os dedicantes ocasionalmente me dão sugestões sobre o que devo fazer. Sempre os ouço com atenção e, com freqüência, sigo os seus conselhos. Nunca faço discriminações contra ninguém, pois, muitas vezes, Deus revela a Sua vontade através de uma pessoa bem simples.
Mesmo sendo difícil transmitir em palavras, estou querendo dizer que os caminhos de Deus são bastante misteriosos e sutis; por isso, não convém refutar imediatamente o que as pessoas dizem. Também não é bom insistir no seu ponto de vista ou ainda censurá-las, conquanto se acredite ser mentira o que dizem. A melhor conduta, em qualquer das situações, consiste em permanecer imperturbável e com muita sinceridade no coração.
Um exemplo vai ilustrar bem a minha explicação: freqüentemente vêm a mim negociantes com imitações de obras de arte na esperança de enganar-me. Mesmo assim, os escuto com atenção, pois quase sempre encontro, misturado às suas tagarelices, algo útil e elevado.
Existe também o pensamento de um antigo filósofo chinês aconselhando a não subestimar as pessoas que nos falam. Na verdade, ele está aconselhando a ouvir com mente aberta e não descartar as idéias expressas por alguém antes de saber o que realmente querem dizer.
Não se deve, então, julgar pelas aparências. Muitas vezes, um simples camponês ou até mesmo um analfabeto nos transmitem lições valiosas. Não raro, também crianças dizem verdades extraordinárias e expressam idéias originais, pois falam de forma direta, sem rodeios. São, segundo Bergson , altamente intuitivas; por isso, muitas vezes, numa discussão entre mãe e filho, percebe-se que a verdade está do lado da criança.
Agindo, então, de acordo com o princípio do respeito ao semelhante, ninguém encontrará dificuldades de relacionamento. A mesma norma precisa ser observada em relação ao Johrei. Se a pessoa que o estiver recebendo for persuadida a não mais aceitá-lo, o ministrante deve respeitar essa deliberação sem interferir. Assim, estará demonstrando possuir certo grau de sabedoria.
Pode-se, contudo, deixar bem claro que, de acordo com os Ensinamentos, os remédios são anti-naturais e, por isso, se possível, seria melhor evitá-los. A decisão final, porém, pertence exclusivamente à própria pessoa, que tem inteira liberdade de escolha sobre qual maneira proceder.
Se, após todas as colocações sobre a perniciosidade dos medicamentos, confiar apenas no Johrei, entrou no caminho da felicidade. Caso siga outros métodos, que, com certeza, trarão resultados indesejáveis, não deve ser motivo de preocupação para o ministrante de Johrei. O que nunca se pode é forçar situações tentando convencer os outros.
Retirado do livro "Evangelho do Céu - Volume II".
Nenhum comentário:
Postar um comentário